Kamila Alves
Alcoolismo é uma doença séria que, se
não for tratada, pode levar o dependente à morte. Apesar de ser uma
enfermidade comum, é uma das que mais matam no Brasil e no mundo. Um dos personagens mais conhecidos de Jorge, Quincas Berro D'água, revela, entre outros aspectos, a paixão do brasileiro por este perigoso hábito.
Segundo pesquisas desenvolvidas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Brasil, cerca de 16 milhões de pessoas são dependentes do álcool. Por ano, mais de mil brasileiros morrem vítimas de acidentes provocados por exagero de álcool no sangue. A bebida alcóolica causa efeitos como falsa sensação de segurança, euforia, redução da coordenação motora e do controle muscular, dificuldade de avaliar distâncias de velocidades, limitação da capacidade lidar com o inesperado e a acuidade visual, entre outras.
De acordo com
dados divulgados pelo Ministério da Saúde, 84,9% das causas de mortes têm ligação com a bebida, na maioria das vezes, acidentes
causados por motoristas alcoolizados. Assim, fica fácil perceber que vidas de
não-dependentes podem ser tiradas por pessoas que bebem de
maneira descontrolada.
“Sei
que o álcool está me matando aos poucos e, como ainda sou novo, tenho muito
para viver ainda e não quero perder a minha vida agora e nem tão cedo por causa
desse maldito vício”, disse J.F*, 42 anos, alcoólatra, à procura de tratamento.
A
procura por clínicas de tratamento anônimas aumenta a cada dia que passa.
“Sofri um acidente há dois anos. Havia acabado de sair de uma rave. Estava
drogada e bêbada e, como a festa era em um lugar isolado, não havia ponto de
ônibus e eu não tinha tanto dinheiro para táxi, resolvi pegar o meu próprio
carro e ir dirigindo. Não me lembro de muita coisa, mas acordei no hospital e
dois dos amigos que estavam comigo no carro, morreram. Tudo que sei é que o meu
carro capotou. E a pessoa que dirigia o outro carro que eu bati se feriu, mas
não foi nada grave. Esse episódio me fez ver que, tanto a bebida, quanto a
droga me prejudicou a tal ponto que coloquei em risco a minha vida e tirei a de
dois amigos meus. Não tenho mais paz. Choro toda vez que lembro. O tempo passa
e a ferida não fecha. Estou me tratando. Não bebo e nem me drogo há nove meses,
mas é difícil. Estou com a tatuagem do meu erro cravada na minha alma.”
lamentou C.V*, 28 anos, paciente do AA (Alcoólicos Anônimos), Salvador-Bahia.
Os
riscos ao dirigir sob efeito do álcool são inúmeros. Mas, o álcool não é
perigoso somente quando se dirige um veículo; Ainda que se beba em casa,
sozinho, as substâncias encontradas nas bebidas alcoólicas corroem o fígado
aos poucos. A morte caminha lentamente, mas uma
hora, ela estará ao lado do viciado. Porém, parar de beber de um dia para o
outro não vai curar a sua dependência. Esse tipo de método pode causar abstinência,
cujos sintomas físicos são: suor frio, tremores, crises de alucinações e
convulsões. A síndrome da abstinência de álcool também traz prejuízos de ordem
psicológica como ansiedade, irritabilidade, agitação extrema, agressividade e
descontrole emocional.
Portanto, se você tem um parente nessa situação, o
melhor que se pode fazer para ajudá-lo, de certa maneira, é oferecer apoio,
atenção e compreensão nesse momento difícil. A superação de dependências é um
processo lento e que precisa de orientação médica e psicológica. Existem
medicamentos que podem ajudar o paciente a superar os sintomas iniciais e
seguir na determinação de parar com a bebida. Grupos de ajuda também costumam
ser eficientes para superar o alcoolismo. Ao contrário de que muitas pessoas pensam,
o álcool não é superado rapidamente. É uma doença, como outra qualquer.
“Minha
vida foi marcada da pior maneira possível. Acredito que, com força de vontade,
voltarei a ser feliz novamente. É o que peço a Deus.” finaliza C.V.
*A
fonte não quis se identificar
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