terça-feira, 23 de outubro de 2012

Greve! Greve?

Teófilo Henrique

Com o fim da greve das instituições federais de ensino, cerca de 62 mil estudantes voltaram às aulas no dia 17 de setembro. Depois de três meses sem aula, os estudantes retornam para concluir o primeiro semestre de 2012 e apenas em abril de 2013 finalizam o segundo semestre deste ano. Com o atraso no calendário e esse período sem atividades, como fica a vida dos alunos? O que eles fizeram durante a greve e o que vão fazer num período em que deveriam estar de férias, mas estarão em sala de aula?

Concordando ou discordando da greve, é notório que a maioria dos estudantes não gostaram de saber que vão passar o Verão em sala de aula, como afirma o estudante de jornalismo Lucas Leal: “os alunos vão ter que estudar todo o Verão, época mais desconfortável da cidade faz um calor muito grande”. 

O estudante ressalta que, com o atraso das aulas, sua colação de grau, que já está sendo paga, ainda não tem previsão, pois a reitoria não informa as datas disponíveis, devido à alteração no calendário. Para Lucas, a greve teve alguns pontos positivos. Ele teve mais tempo para fazer seu trabalho de conclusão de curso, além de aproveitar melhor o estágio no jornal A Tarde. “Na prática, sou quase profissional, mas não regulamentado pelo diploma”, disse.

Para a estudante de psicologia Júlia Freitas, o tempo da greve foi bem produtivo. Mesmo achando ruim, ela aproveitou o histórico das greves longas anteriores para viajar pois a previsão era mesmo de meses sem estudo. “Eu soube reinventar diante da situação, mas acho que preferia que ela não tivesse acontecido. Eu já tinha planos de passar um mês nos Estados Unidos treinando meu inglês, e pretendia fazer isso em fevereiro de 2013”, afirmou.

A estudante diz que teve sorte em viajar para Nova Iorque durante a greve . “A vantagem disso é que, ao invés de pegar Nova Iorque no inverno, peguei um mês de Verão, o que foi muito mais proveitoso para conhecer a cidade”. Para Júlia, um dos pontos negativos foi cancelar uma viagem com a família, que estava programada para dezembro, e também em atrasar o cronograma de seu curso e por consequência, sua formatura.

Mesmo com prós e contras, os estudantes concordam que os professores têm o direito de reivindicar melhorias salariais e estruturais das instituições. “A luta é válida, sim”, diz Lucas Leal. Já Júlia é mais incisiva: “Infelizmente, nossos governantes dão tão pouco valor à educação que nem com três meses de greve, eles atenderam aos pedidos de plano de carreira dos professores. Greve é péssimo para todos, mas acho que, de outra forma, conseguiriam ainda menos.”


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