Liviane Carvalho
Hoje
em dia, são pequenos os grupos revolucionários que crescem por todo
Brasil. No total, são cinco grupos mais conhecidos que batem de
frente com a corrupção vivida atualmente: Movimento Revolucionário
8 de Outubro (MR8); Movimento Estudantil popular Revolucionário
(MEPR); Martins Miragaia Dráusio Camargo (MMDC), CMI BRASIL e Liga
Estratégia Revolucionária-Juventude.
São
vários os partidos de diferentes opiniões, e pequenas as parcelas
de jovens revolucionários. O ideal da revolução ainda impera de
certa forma em muitos brasileiros. Mesmo perdendo a intensidade de
outrora, jovens de 16 a 30 anos têm um interesse em fazer parte do
âmbito democrático social.
Átila
Santana, 24 anos, é secretário do Diretório Municipal do Partido
Socialista Brasileiro (PSB) de São Francisco do Conde, no Recôncavo,
e secretário especial da Executiva estadual do partido. Envolvido na
política desde 13 anos, seu interesse em renovar as riquezas da
cidade onde mora é grande
Para
Átila, o que falta em muitos jovens, no quesito revolução, é a
“falta de coragem”. E revela o porquê da sua opinião: “Todos
os dias eu estava com a cara estampada nos jornais, na televisão
denunciando as mazelas de um ex-prefeito e pedindo justiça. Fui
ameaçado de morte, perseguido por motoqueiros, enfim, eu tive
coragem; o que fiz entre os 15 e os 21 anos, não vi ninguém fazer
até hoje. Então, isso leva a crer que falta coragem nas pessoas”,
afirma.
Em
1930, houve um momento crítico da manifestação dos estudantes
paulistas contra o governo de Getúlio Vargas. As dependências de
uma célula apoiadora da Revolução de 1930 em São Paulo,
chamada Liga
Revolucionária,
foi invadida por jovens opositores do governo da época. Houve
um combate que resultou na morte de quatro jovens
paulistas:Mario Martins
de Almeida, Euclides
Miragaia, Dráusio
Marcondes de Sousae Antônio
Camargo de Andrade.
Suas iniciais deram origem ao movimento conhecido como MMDC.
Atualmente,
os revolucionários se mantêm numa posição “pacífica”. O
jovem Átila crê no sentido de ser um revolucionário na política
atual. “O objetivo é acabar com a fome e tirar as crianças das
ruas, assim como o ex-presidente Lula fez. Para mim, ele é um
revolucionário. Lula tirou quatro milhões de pessoas da linha da
pobreza. Essa foi a maior revolução que este país já viu”,
explica.
A
antiga Salvador fervilhava com queixas contra o governo. Os
revoltosos defendiam a libertação dos escravos, a instauração de
um governo igualitário, além da instalação de uma república na
Bahia. Hoje, a revolução é vista por muitos como um movimento
capitalista, uma guerra de poder política partidária.
Já
o estudante de Relações Internacionais, Talisson Santana, 20 anos,
tem uma influência política familiar forte. Seu pai era ativista
pró-democratas e lutava pelos direitos humanos.
Membro
da juventude socialista- PDT, ele vê atualmente uma mistura
partidária. “Acho difícil definir um grupo político e criar
novos revolucionários”, afirma
E
acrescenta: “de acordo com a visão de lutar por um estado e
sociedade justa, e igualitária, pela liberdade do homem, me
considero um revolucionário”, afirma.
Para
Talisson, o real sentido de ser revolucionário nos tempos atuais,
está em ir “contra os políticos corruptos, intolerantes e
manipuladores, que tentam criar uma sociedade injusta e alienar os
jovens, através dos meios de comunicação, portanto, ser
revolucionário vai muito além, é dispor pelo coletivo e pelo
próximo, que muitas vezes não tem o que comer e onde dormir, porque
os poderosos estão deitando e rolando no nosso Brasil”, diz.
A
política é o maior poder sobre a sociedade, os pequenos grupos
revolucionários continuam lutando contra as máfias do Brasil. E,
como receita, Átila diz, “que para continuar uma revolução é só
não focar no capitalismo”. Essa é também a visão do
estudante Talisson “Eu não enxergo o capitalismo na nossa
sociedade como uma boa influência, para onde ele vai, traz uma
solução e cria mais três problemas. Eu acredito que, para ser um
revolucionário é preciso ter valor, e meu pai me ensinou isso, e eu
o admiro muito”, disse.
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