terça-feira, 16 de outubro de 2012

Novo modelo revolucionário do Brasil


Liviane Carvalho


Hoje em dia, são pequenos os grupos revolucionários que crescem por todo Brasil. No total, são cinco grupos mais conhecidos que batem de frente com a corrupção vivida atualmente: Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8); Movimento Estudantil popular Revolucionário (MEPR); Martins Miragaia Dráusio Camargo (MMDC), CMI BRASIL e Liga Estratégia Revolucionária-Juventude.

São vários os partidos de diferentes opiniões, e pequenas as parcelas de jovens revolucionários. O ideal da revolução ainda impera de certa forma em muitos brasileiros. Mesmo perdendo a intensidade de outrora, jovens de 16 a 30 anos têm um interesse em fazer parte do âmbito democrático social.

Átila Santana, 24 anos, é secretário do Diretório Municipal do Partido Socialista Brasileiro (PSB) de São Francisco do Conde, no Recôncavo, e secretário especial da Executiva estadual do partido. Envolvido na política desde 13 anos, seu interesse em renovar as riquezas da cidade onde mora é grande

Para Átila, o que falta em muitos jovens, no quesito revolução, é a “falta de coragem”. E revela o porquê da sua opinião: “Todos os dias eu estava com a cara estampada nos jornais, na televisão denunciando as mazelas de um ex-prefeito e pedindo justiça. Fui ameaçado de morte, perseguido por motoqueiros, enfim, eu tive coragem; o que fiz entre os 15 e os 21 anos, não vi ninguém fazer até hoje. Então, isso leva a crer que falta coragem nas pessoas”, afirma.

Em 1930, houve um momento crítico da manifestação dos estudantes paulistas contra o governo de Getúlio Vargas. As dependências de uma célula apoiadora da Revolução de 1930 em São Paulo, chamada Liga Revolucionária, foi invadida por jovens opositores do governo da época. Houve um combate que resultou na morte de quatro jovens paulistas:Mario Martins de AlmeidaEuclides MiragaiaDráusio Marcondes de SousaAntônio Camargo de Andrade. Suas iniciais deram origem ao movimento conhecido como MMDC.

Atualmente, os revolucionários se mantêm numa posição “pacífica”. O jovem Átila crê no sentido de ser um revolucionário na política atual. “O objetivo é acabar com a fome e tirar as crianças das ruas, assim como o ex-presidente Lula fez. Para mim, ele é um revolucionário. Lula tirou quatro milhões de pessoas da linha da pobreza. Essa foi a maior revolução que este país já viu”, explica.

A antiga Salvador fervilhava com queixas contra o governo. Os revoltosos defendiam a libertação dos escravos, a instauração de um governo igualitário, além da instalação de uma república na Bahia. Hoje, a revolução é vista por muitos como um movimento capitalista, uma guerra de poder política partidária.

Já o estudante de Relações Internacionais, Talisson Santana, 20 anos, tem uma influência política familiar forte. Seu pai era ativista pró-democratas e lutava pelos direitos humanos.

Membro da juventude socialista- PDT, ele vê atualmente uma mistura partidária. “Acho difícil definir um grupo político e criar novos revolucionários”, afirma

E acrescenta: “de acordo com a visão de lutar por um estado e sociedade justa, e igualitária, pela liberdade do homem, me considero um revolucionário”, afirma.

Para Talisson, o real sentido de ser revolucionário nos tempos atuais, está em ir “contra os políticos corruptos, intolerantes e manipuladores, que tentam criar uma sociedade injusta e alienar os jovens, através dos meios de comunicação, portanto, ser revolucionário vai muito além, é dispor pelo coletivo e pelo próximo, que muitas vezes não tem o que comer e onde dormir, porque os poderosos estão deitando e rolando no nosso Brasil”, diz.

A política é o maior poder sobre a sociedade, os pequenos grupos revolucionários continuam lutando contra as máfias do Brasil. E, como receita, Átila diz, “que para continuar uma revolução é só não focar no capitalismo”.  Essa é também a visão do estudante Talisson “Eu não enxergo o capitalismo na nossa sociedade como uma boa influência, para onde ele vai, traz uma solução e cria mais três problemas. Eu acredito que, para ser um revolucionário é preciso ter valor, e meu pai me ensinou isso, e eu o admiro muito”, disse.


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