A
dupla sertaneja Guilherme e Santiago canta uma música que diz assim: “Eu fico
triste, alegre/Sem beber eu fico triste, bebendo eu fico alegre”. Em um outro
trecho da música, o consumo do álcool é destacado: “Há felicidade num copo de
bebida...”
Essa
música é somente um exemplo de como beber e ficar bêbado pode ser visto de
forma poética por diversos compositores. Porém, ainda que possua um maior
índice de popularidade atualmente, as músicas que valorizam o consumo do álcool
começou há muito tempo. A dupla Tonico e Tinoco provaram isso quando cantaram a
música “Pinga Ni Mim”, que diz assim: “Pra Curar O
Meu Despeito/Vou Meter Pinga No Peito/Sufocar Meu Coração/Nesta Casa Tem
Goteira/Pinga Ni Mim, Pinga Ni Mim”.
“Isso que dizem sobre as músicas fazerem apologia ao consumo do
álcool é pura baboseira, pois só se a pessoa for muito influenciável pra se
deixar levar por causa de uma música”, O estudante do ensino médio, Allan, 17
anos, fala qual é o seu ponto de vista.
Quem é acostumado a beber diariamente e não assume que é
alcoólatra realmente vai achar uma tremenda bobagem discutir sobre o tema, mas,
vale lembrar que não é somente uma música, é cultura popular. "Beber até
cair" é uma expressão usada de maneira tão banal que as pessoas não percebem
o mal que canções com letras desse tipo podem fazer, principalmente, para
adolescentes que ainda estão com a personalidade em formação.
Segundo o sociólogo e professor Carlos Nestor, não adianta o poder público
se esforçar na fiscalização de estabelecimentos que comercializam bebidas
alcoólicas para menores de idade, sendo que a própria mídia faz apologia ao
consumo sem restrição e de maneira descarada. Em atitudes como essas está a
raiz do problema. O jovem acha que precisa beber ou fumar para ser respeitado
entre seus amigos. E é levado a pensar assim.
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