terça-feira, 27 de novembro de 2012

A apologia da bebida alcoólica na música

Kamila Alves

A dupla sertaneja Guilherme e Santiago canta uma música que diz assim: “Eu fico triste, alegre/Sem beber eu fico triste, bebendo eu fico alegre”. Em um outro trecho da música, o consumo do álcool é destacado: “Há felicidade num copo de bebida...”

Essa música é somente um exemplo de como beber e ficar bêbado pode ser visto de forma poética por diversos compositores. Porém, ainda que possua um maior índice de popularidade atualmente, as músicas que valorizam o consumo do álcool começou há muito tempo. A dupla Tonico e Tinoco provaram isso quando cantaram a música “Pinga Ni Mim”, que diz assim: “Pra Curar O Meu Despeito/Vou Meter Pinga No Peito/Sufocar Meu Coração/Nesta Casa Tem Goteira/Pinga Ni Mim, Pinga Ni Mim”.

“Isso que dizem sobre as músicas fazerem apologia ao consumo do álcool é pura baboseira, pois só se a pessoa for muito influenciável pra se deixar levar por causa de uma música”, O estudante do ensino médio, Allan, 17 anos, fala qual é o seu ponto de vista.

Quem é acostumado a beber diariamente e não assume que é alcoólatra realmente vai achar uma tremenda bobagem discutir sobre o tema, mas, vale lembrar que não é somente uma música, é cultura popular. "Beber até cair" é uma expressão usada de maneira tão banal que as pessoas não percebem o mal que canções com letras desse tipo podem fazer, principalmente, para adolescentes que ainda estão com a personalidade em formação.

Segundo o sociólogo e professor Carlos Nestor, não adianta o poder público se esforçar na fiscalização de estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas para menores de idade, sendo que a própria mídia faz apologia ao consumo sem restrição e de maneira descarada. Em atitudes como essas está a raiz do problema. O jovem acha que precisa beber ou fumar para ser respeitado entre seus amigos. E é levado a pensar assim.

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