terça-feira, 13 de novembro de 2012

Cajazeiras exige metrô


Letícia Rocha

O que preocupa os moradores é a exclusão de Cajazeiras das obras do Metrô - que vem sendo construído há pouco mais de uma década.


A reivindicação dos moradores por metrô para Cajazeiras ganhou força após o resultado do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) anunciado pelo Estado, que definiu o sistema de mobilidade urbana para a cidade. O ponto principal é a implantação do metrô também no corredor central da Avenida Paralela, ligando a Rótula do Abacaxi ao Aeroporto e Lauro de Freitas. Por conta disso, integrantes da União das Associações de Moradores de Cajazeiras, presidida por Evanir Borges, se mobilizou, através de viagens a Brasília, envio de correspondências a autoridades, manifestação no bairro, distribuição de panfletos e audiências públicas, tudo isso na tentativa para que o bairro receba primeiro o metrô prometido há 12 anos.
Leia Jorge: Qual a maior preocupação hoje dos moradores de Cajazeiras?

Evanir Borges: Bom, com certeza a falta de mobilidade urbana, como deficiência no serviço de transporte.

Leia Jorge: Quais projetos de mobilidade foram desenvolvidos para atender o bairro?

Evanir BorgesDesde o ano de 2000 foram feitas promessas e até iniciada a primeira etapa de 12 quilômetros da linha 1 do metrô Lapa-Pirajá, entretanto, o governo fez um anuncio que as verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – aproximadamente R$ 3 milhões – para resolver problemas de trânsito e transporte em toda a cidade será usado somente na Paralela, assim diminuindo essa obra para 6 quilômetros e os outros seis, até Pirajá, que também foram esquecidos. Agora, vem o Governo do Estado querendo largar tudo aquilo e começar um novo trecho na Paralela, área nobre de condomínios fechados, esquecendo o pobre trabalhador, que anda feito sardinha em ônibus velhos e lotados. Os 2,4 bilhões do PAC da Mobilidade têm que ser usados na cidade toda.

Leia Jorge: Quais providências vocês já tomaram sobre o assunto?

Evanir Borges: Já entregamos mais de 200 ofícios relatando o caso a membros dos executivos federal, estadual e municipal, parlamentares de todas as instâncias e também para órgãos de fiscalização e para o Judiciário. Fomos chamados de resto, mas não vamos desistir, até que nossas reivindicações sejam atendidas.

Leia Jorge: Na sua opinião, o BRT seria uma solução melhor para Salvador?

Evanir Borges: O projeto BRT tem um potencial para transportar até 45 mil passageiros por hora nos horários do pico. A demanda/pico atual calculada (pela SEDUR e SETIN) para o trecho Aeroporto/Rotula do Abacaxi é de mais de 10 mil passageiros por hora. O BRT possui grande abrangência territorial, privilegiando os bairros onde reside a grande e sofrida maioria de soteropolitanos, como Cajazeiras. Apresenta flexibilidade operacional, menor interferência física e melhor solução paisagística para a Paralela. Além de proporcionar a manutenção de empregos. Os recursos desse metrô da Paralela poderiam ser direcionados para o complemento do metrô até Cajazeiras, beneficiando com o transporte de massa o bairro mais populoso da cidade, com grande demanda.

Leia Jorge: Além da luta para uma melhora na mobilidade, quais são as metas para Cajazeiras?

Evanir Borges: Estamos lutando para conseguir a UTI do Hospital Eládio Lasserre, conseguimos a instalação de um Complexo de Segurança. E, além disso, estamos trabalhando para conseguir as escrituras das escolas públicas, para terem direito a receber recursos federais para cobrir as quadras esportivas; dar continuidade à preservação das áreas verdes de Cajazeiras, ao invés de destruir; um planejamento para combater a violência dentro das comunidades e escolas públicas através do Projeto CajaArte, que deverá ser ampliada para bairros vizinhos, e de forma geral.

Leia Jorge: O que é o CajaArte?

Evanir Borges: O “Cajaarte”  é uma iniciativa das Associações de Moradores e Entidades Representativas das Cajazeiras e Adjacências. A parceria com a Acadepol e a 13ª DT fortalece as ações voltadas para redução da criminalidade no bairro. As delegadas Sandra Maria Costa, da Acadepol, e Celina Fernandes, titular da 13ª DT, estão presentes na ação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário