terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ser goleiro, paixão e drama

Juliana Caldas


Vida de goleiro sempre foi difícil. Quando o time derrotado deixa o campo, um dos jogadores acusados de falhar geralmente é o de camisa número um. No futebol amador então, nem se fala. As dificuldades já comuns a todos são multiplicadas para o goleiro.


No bairro da Ribeira, bem próximo ao Largo do Papagaio, acontece um dos mais tradicionais babas da cidade. É no campo do Lasca que várias gerações da comunidade itapagipana têm seus momentos de lazer garantidos. O espaço está aberto de segunda a segunda, sendo os finais de semana reservados para as disputas oficiais da primeira e segunda divisão do campeonato da região. Os times que jogam aos sábados disputam um lugar na série A do torneio, que acontece aos domingos. Esse é um diferencial das competições do campo itapagipano. Nos outros dias da semana, o campo é destinado a outros campeonatos, eventos financiados e programas esportivos do governo, como o 2º tempo.

Funcionando há aproximadamente 40 anos, o campo do Lasca hoje funciona sob a supervisão de duas entidades. A Associação Beneficente Recreativa de Itapagipe orienta os jogos organizados, enquanto a Liga Desportiva Independente do Campo do Lasca organiza os campeonatos amadores. Aguinaldo dos Santos, mais conhecido como Santana, é um dos coordenadores da Liga. No segundo mandato de sua gestão, não viu revelar-se muitos goleiros. Segundo ele, Tigre, o ex-goleiro do Camaçari e Feirense, disputava os campeonatos do campo da Ribeira.


Parece que a função de goleiro é mesmo ingrata e sem muito brilho. Com 16 anos, João Vítor disputa os campeonatos amadores do Lasca há dois anos. Esse ano disputa o Campeonato dos Novos pelo time Estrela Júnior, e diz não saber por que escolheu a posição do gol. “Sempre quis ser goleiro. Não sei por que, mas já sabia como fazer e foi o que escolhi”, explica. Já Pedro, 29 anos, diz que escolheu ser goleiro por que não sabia jogar bola com os pés. “Eu não sabia jogar na linha, então tive que ir para o gol”, completa. Para ele, a função de goleiro é muito difícil e pouco reconhecida. “Todo mundo pode errar, só você que não pode.”

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