Thais Béu
Salvador, além de ser a capital baiana, é também
a do candomblé, religião de origem africana que representa uma das mais expressivas
heranças desta cultura.
Os terreiros de candomblé em Salvador
realizam rituais que podem ser assistidos pelos turistas. O visitante pode ser um observador ativo, sentindo como
o contato com a terra carrega a função de transmitir forças ocultas da
natureza.
O autor Jorge Amado, em suas inúmeras
publicações, não poderia deixar de retratar um dos personagens que caracterizam
perfeitamente esta manifestação de religiosidade.
O livro, como o próprio título faz
referencia, é o Jubiabá, que é a figura do pai do santo inserida na história.
Pai de Santo é o termo utilizado para
designar a pessoa responsável ou autoridade máxima de um terreiro de
umbanda ou candomblé.
No livro, Pai
Jubiabá é o líder espiritual do Morro do Capa Negro, mentor e
protetor de Baldo,
outro personagem importante. Ele aparece do nada na história, mas, sua presença é
sempre imóvel e marcante, como um ídolo. Sempre enfeitado com objetos típicos,
colares no pescoço, patuás, penduricalhos, pulseira de búzios, ele demarca na literatura brasileira, o espaço da cultura
baiana, impregnada neste típico personagem baiano.
Em entrevista realizada pela
Equipe Kàwé, publicada na Revista Kàwé 1. Ilhéus, Bahia: Editus, 2000. p. 21-31, Pedro
Farias pai de santo Babalorixá em Ilhéus, desde 1942 revelou algumas de suas
particularidades.
Ele conta que se iniciou no
candomblé com 5 anos. Começou a receber espíritos dentro de casa, porém
seu pai achou estranho, pensou que fosse alguma coisa ruim da casa em que
moravam e se mudaram.
Mas, segundo ele, as
aparições continuaram, até uma mãe de santo aparecer para ele e falar da missão
que ele tinha, e fazer a iniciação religiosa nele.
Uma interessante história
que reflete a iniciação do pai de santo em sua função espiritual.
Temas como este são encontrados nos livros do autor Jorge Amado, despertando nosso olhar aguçado
para detectar os Pais Jubiabás que existem na Bahia, cada um com sua filosofia,
porém, sempre refletindo o santo Jubiabá de Jorge.
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