terça-feira, 13 de novembro de 2012

O tentador mundo do sexo casual gratuito na internet



Rangel Querino


O sexo sempre foi pauta nas obras de Jorge Amado. Os livros do escritor baiano exploraram o tema polêmico sem pudores. Desde o desprendido triângulo amoroso de Dona Flor e Seus Dois Maridos à prostituição em Pastores da Noite e Gabriela. Nos dias atuais as garotas noturnas de Maria Machadão e o seu bataclã teriam uma grande concorrência: a internet.

Em uma rápida busca pela internet é possível encontrar alertas quanto à prática de sexo casual gratuito nos anúncios de garotos de programa, que asseguram total segurança aos seus clientes. Alegam os prestadores de serviços sexuais que a procura pelo prazer descompromissado grátis pode sair mais caro em relação ao previsto. Por outro lado, os encontros são marcados de forma bastante semelhante aos de quem se interessa a realizar programas com profissionais do sexo. O único diferencial está no dinheiro.


Os sites de relacionamento especializados em sexo crescem cada vez mais e acabam criando tribos que agradam aos mais diversos gostos. Não há distinção de orientação sexual nos tradicionais chats, e sites como Adult Friend Finder,  mas há os dedicados exclusivamente aos gays como o Disponível.com e o Manhunt em que os usuários fazem um cadastro respondendo as suas expectativas e podem publicar à vontade desde fotos do seu rosto ao de seus órgãos sexuais para uma prévia avaliação dos interessados. 

O publicitário Luciano (nome fictício) é frequentador assíduo destes encontros sexuais sem compromisso. “Nesses sites as pessoas não procuram por relacionamento sério. Utilizava estes sites por ser gay e quando morava no interior onde a concentração de pessoas é muito pequena.” Luciano ainda explica como se previne do perigo. “Nunca marco encontros nos lugares sugeridos pelos outro. Sempre marco na minha casa (mesmo morando com os pais) porque sempre tem gente, ou em lugares públicos.” Outro cuidado que sempre toma é pedir para as pessoas mostrarem seu rosto através de fotos e webcam. “Já fiz no ‘escuro’ – Quando os parceiros encontram-se sem ter visto nem ao menos uma foto – mas foi logo quando comecei. Hoje tenho mais cuidado porque sei dos problemas que posso enfrentar”. Apesar da busca ferranha por sexo, o publicitário acredita que é capaz de encontrar uma pessoa para construir uma relação mais sólida. “Conheci o meu ex-namorado na internet também e ficamos juntos por três anos.”

Paulo Souza, contador, de 38 anos, revela que todos os seus relacionamentos foi com pessoas conhecidas na rede. “Não frequento muito locais gays, não gosto na verdade. Aí, fica complicado para mim, porque não tenho muitas opções”. Souza garante que não é dos mais assíduos. “Apesar que todos os meus relacionamentos começam através da internet, não tenho muito costume de acessar. Me relaciono com muito poucos.”

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