Thaís Barcellos
Coturno,
colete a prova de balas, arma na cintura, tudo isso faz parte do
dia-a-dia de um policial. Há 22 anos que as mulheres estão
inseridas no quadro da corporação da Polícia Militar da Bahia.
A
inserção da mulher na PMBA teve início após o Decreto
Governamental de número 2.905, de 12 de outubro de 1989, que criou a
Companhia de Polícia Militar Feminina. Após o concurso, foram
incorporadas 27 Sargentos e 78 Soldados, que compuseram a primeira
tropa policial militar feminina da Bahia.
Primeira turma de mulheres da Polícia Militar da Bahia |
Há 14 anos
na PM a soldado P. da Polícia Militar da Bahia diz que já sofreu
preconceito por ser mulher “entrei muito nova, com 19 anos, era
magra, e estatura mediana, e os próprios colegas achavam que a
profissão não é p/ mulheres, muitas vezes somos testadas e
precisamos ter atitude sempre.”
Apesar de não
poder usar brincos grandes e o cabelo estar sempre preso com um coque P. fala que é possível manter-se arrumada
mesmo usando
farda e enfrentando um dia-a-dia corrido de uma policial “sempre
fui muito vaidosa e feminina. Sempre me preocupei p/ não perder a
minha feminilidade”
P. afirma que
não vê dificuldades para exercer sua profissão, mas destaca que é
necessário gostar do que se faz “Para
ser policial independente do sexo, precisa ter perfil, atitude e
condicionamento físico para exercer a sua função, pois é uma
profissão que necessita ter algumas habilidades, e acima de tudo
coragem. O profissional deve está sempre preparado fisicamente e
psicologicamente.”
P. diz que mesmo os
homens sendo mais fortes fisicamente, não há impedimento para que
as mulheres enfrentem situações de perigo. “pois
tivemos aula de defesa pessoal e independente do sexo, estamos
capacitados p/ enfrentarmos determinadas situações”
A soldado ama o que faz porém já pensou em abandonar a profissão
“apesar
de gostar da profissão, a violência está crescendo muito, e o
policial independente de estar folgando ou não, ele continua
sofrendo a tensão do trabalho, não só por ele, mas também pelos
seus familiares.”
Centro Maria Felipa
Foi
criado pelo
Coronel PM Antônio Jorge Ribeiro de Santana, o Centro de Referência
da Mulher Policial Militar, Centro Maria Felipa – CMF, onde são
oferecidos para as PM Fem serviços estabelecer um núcleo de
estudos, consultas e assessoramento para o segmento da PMBA, o
serviço se encontra disponível para Policiais Femininas, esposas,
filhas, companheiras de militares e funcionárias civis da PMBA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário