sábado, 24 de novembro de 2012

A mulher militar


Thaís Barcellos


Coturno, colete a prova de balas, arma na cintura, tudo isso faz parte do dia-a-dia de um policial. Há 22 anos que as mulheres estão inseridas no quadro da corporação da Polícia Militar da Bahia. 


A inserção da mulher na PMBA teve início após o Decreto Governamental de número 2.905, de 12 de outubro de 1989, que criou a Companhia de Polícia Militar Feminina. Após o concurso, foram incorporadas 27 Sargentos e 78 Soldados, que compuseram a primeira tropa policial militar feminina da Bahia.

Primeira turma de mulheres da Polícia Militar da Bahia
Há 14 anos na PM a soldado P. da Polícia Militar da Bahia diz que já sofreu preconceito por ser mulher “entrei muito nova, com 19 anos, era magra, e estatura mediana, e os próprios colegas achavam que a profissão não é p/ mulheres, muitas vezes somos testadas e precisamos ter atitude sempre.”

Apesar de não poder usar brincos grandes e o cabelo estar sempre preso com um coque P. fala que é possível manter-se arrumada 
mesmo usando farda e enfrentando um dia-a-dia corrido de uma policial “sempre fui muito vaidosa e feminina. Sempre me preocupei p/ não perder a minha feminilidade”

P. afirma que não vê dificuldades para exercer sua profissão, mas destaca que é necessário gostar do que se faz “Para ser policial independente do sexo, precisa ter perfil, atitude e condicionamento físico para exercer a sua função, pois é uma profissão que necessita ter algumas habilidades, e acima de tudo coragem. O profissional deve está sempre preparado fisicamente e psicologicamente.”

P. diz que mesmo os homens sendo mais fortes fisicamente, não há impedimento para que as mulheres enfrentem situações de perigo. “pois tivemos aula de defesa pessoal e independente do sexo, estamos capacitados p/ enfrentarmos determinadas situações”


A soldado ama o que faz porém já pensou em abandonar a profissão “apesar de gostar da profissão, a violência está crescendo muito, e o policial independente de estar folgando ou não, ele continua sofrendo a tensão do trabalho, não só por ele, mas também pelos seus familiares.”

Centro Maria Felipa

Foi criado pelo Coronel PM Antônio Jorge Ribeiro de Santana, o Centro de Referência da Mulher Policial Militar, Centro Maria Felipa – CMF, onde são oferecidos para as PM Fem serviços estabelecer um núcleo de estudos, consultas e assessoramento para o segmento da PMBA, o serviço se encontra disponível para Policiais Femininas, esposas, filhas, companheiras de militares e funcionárias civis da PMBA.


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